Entenda o que significa cada número nas embalagens de diferentes tipos de plástico no artigo abaixo!
Última atualização deste conteúdo: Maio de 2023.
Para se adequar às diversas necessidades de consumo, surgiram diversos tipos de plásticos.
Eles se diferenciam pelo seu grau de flexibilidade e da capacidade de suportar impactos, determinados produtos químicos e altas temperaturas.
O que são os números presentes nas embalagens de plástico?
Essas numerações presentes nas embalagens de plástico são indicadores de tipos de plástico e de reciclabilidade.
Ou seja, são utilizadas pelas indústrias para evitar misturas de polímeros e pelos operadores e organizações de catadores para saberem se trabalham com aquele material ou até para avaliar se o processo de reciclagem compensa financeiramente.
A análise dessas centrais de triagem é essencial, uma vez que alguns materiais são mais difíceis e custosos para serem reciclados, sendo, por esses motivos, muitas vezes enviados para aterros.
Isso não quer dizer que o polímero em si não pode ser reciclado, mas que seria muito custoso para a empresa.
A importância dos números presentes nas embalagens de plástico
O plástico, por definição, é um polímero orgânico e flexível que, normalmente, tem baixo custo.
Por esses motivos, esse material se tornou um dos prediletos das indústrias para a fabricação de embalagens.
Mas como cada indústria e empresa conta com uma demanda diferente, foram criadas diversas variações desse material.
Cada uma atendendo melhor a uma determinada aplicação.
Assim, os subtipos diferem do outro pelo arranjo das moléculas, pelo processo de produção e também pela sua composição.
Para facilitar a diferenciação desses polímeros, criou-se um sistema de numeração que varia de 1 a 7 e está impresso nas embalagens.
Isto que fez empresas e consumidores levantarem dúvidas e se perguntarem se isso tem a ver com reciclagem ou com a toxicidade.
Quais são os tipos de plástico indicados pela numeração?
Agora que você já sabe o que são essas numerações, deve estar querendo saber mais sobre o significado de cada uma.
Vamos contar abaixo as principais características de cada um deles, mostrando quando são aplicados e se são reciclados ou não. Veja:
PET (número 1)
O número 1 é o tão conhecido PET (Polietileno tereftalato), o mesmo das garrafas de refrigerante.
Esses materiais são recicláveis e têm uma alta taxa de reciclagem, movimentando esse mercado no Brasil.
É considerado seguro para reutilização, caso não haja exposição à luz do sol, uma vez que isso pode causar a liberação de substâncias tóxicas, além da proliferação de bactérias.
O PET é um termoplástico, isso quer dizer que ele suporta ser aquecido, derretido e ainda assim mantém suas características.
Aliás, ele é considerado um dos polímeros mais resistentes, tanto quando falamos de impacto físico quanto das substâncias por ele reservadas.
O que significa que a absorção de odor/gases pode ocorrer, mas é muito mais difícil do que em outros tipos de embalagens de plástico.
PEAD (número 2)
O PEAD é o Polietileno de Alta Densidade e, assim como o PET, é altamente reciclável.
Ele compõe alguns tipos de sacolinhas de supermercado e lojas, frascos de detergente e shampoo, óleo automotivo e outros.
É um plástico atóxico e tem ótima resistência físico-química.
Apesar de reaproveitável, dependendo de como ele é descartado, pode ser que não haja a reciclagem.
Quando ele está na forma de sacolinhas, por exemplo, é mais complexo agrupar uma quantidade relevante para que a comercialização ao reciclador final seja lucrativa e aconteça. Esse panorama muda quando estamos tratando de embalagens de plástico e objetos com uma pesagem maior.
Nesses casos, a reciclagem passa a valer a pena financeiramente e geralmente ocorre.
PVC (número 3)
O PVC (Policloreto de Vinila) é um plástico não derivado totalmente do petróleo, que tem em sua composição, além do monômero de vinila, o cloro.
Muito conhecido pela sua aplicação em tubulações de água e esgoto.
Também pode ser encontrado em garrafas d’água, potes de maionese, garrafas de sucos, mangueiras e outros.
A reciclagem do PVC não ocorre com tanta frequência, já que os processos necessários demandam muita energia e por esse motivo, possuem um alto custo em comparação a um PVC novo.
PEBD ou PF-LD (número 4)
O PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) foi o primeiro plástico do tipo Polietileno, criado em 1933.
Podemos dizer que é o polímero com o arranjo molecular mais simples que existe e, graças a isso, seu custo é menor que de outros mais elaborados.
Podemos pontuar, ainda, que o PEBD suporta temperaturas de 80 °C a 95 °C, é atóxico, impermeável, flexível e é normalmente utilizado para criação de:
- embalagens,
- composição de peças de computador,
- brinquedos,
- garrafas,
- sacos de lixo,
- uma das lâminas que compõem as caixas de leite
E por ser um termoplástico, o PEBD é reciclável.
PP (número 5)
O plástico PP, também chamado polipropileno, é atóxico, transparente e termoplástico, o que permite que ele seja moldado quando está em altas temperaturas.
Por essas razões, é o material ideal para envolver produtos que precisem ficar visíveis para os consumidores.
Ele é utilizado em embalagens de plástico mais flexíveis, como as de sorvete.
Ou ainda para potes de usar na cozinha, uma vez que podem ser colocados no micro-ondas sem oferecer riscos.
Também são encontrados em copos, brinquedos, cadeiras e peças para carros. Em relação ao seu descarte, podem ser reciclados.
Inclusive, já há projetos para a estruturação da cadeia de reciclagem especificamente deste material, como a parceria entre a Qualy & eureciclo.
Confira mais detalhes sobre o projeto Qualy & eureciclo no Relatório de Desempenho 2022!
PS (número 6)
O PS (poliestireno) é um polímero que pode ser encontrado em forma de plástico sólido ou como espuma, quando é conhecido popularmente como isopor.
Apesar do que muitas pessoas pensam, ele pode ser reciclado, e inclusive, transformado em outros produtos posteriormente. Tal como em outros casos, o isopor depende da viabilidade econômica para as centrais de triagem em comercializá-los para os recicladores finais.
Ele é versátil, barato e tem boa resistência a impacto. Suas principais aplicações são:
- talheres descartáveis,
- bandejas de supermercado,
- potes de margarina,
- cabides plásticos
Outros (número 7)
Quando aparece o número 7, significa que o plástico em questão não pode ser caracterizado por nenhum dos outros 6 tipos citados anteriormente.
Nessa categoria, estão todos os outros polímeros, daí a dificuldade de se apontar exatamente de qual material é feita aquela embalagem de plástico.
Um dos tipos de plásticos mais comuns desta categoria é o BOPP (polipropileno bi-orientado), que está presente em pacotes de salgadinhos, biscoitos e batatas, por exemplo.
Esse material é reciclável, contudo, há diversos desafios para sua reciclabilidade, como a maior complexidade da logística reversa e a demanda por tecnologias adicionais para reciclá-lo.
Uma alternativa é a recuperação energética, transformando esse plástico em insumo para fornos da indústria cimenteira, em vez de destiná-lo a aterros sanitários.
Não encontrou nenhuma numeração na embalagem?
Existem algumas empresas que ainda não numeram o tipo de plástico do qual é feita a embalagem comercializada.
Isso pode acontecer por falta de informação ou por receio da reação dos consumidores.
A transparência nesse processo é fundamental para que as pessoas realizem escolhas conscientes.
Transparência nas embalagens das marcas
Caso você tenha uma empresa e o fornecedor não numere o tipo de polímero em alto-relevo, acrescente essa informação no rótulo impresso.
Assim, você poderá contribuir para a conscientização sobre o uso de plástico e ainda incentivar o seu descarte correto.
Que tal engajar nessa campanha que nós apoiamos?
Entenda mais sobre o que significa o selo eureciclo nas embalagens.