Conversamos com o Bruno Giestas, diretor comercial da Realcafé, para entender mais sobre como a produção e a comercialização de um produto primário pode ser feita de forma de sustentável e o resultado foi incrível. Confira!
A economia cafeeira já foi a maior força motriz do Brasil. Ainda hoje colhemos frutos desse processo e continuamos a nos estabelecer como o maior produtor de café do mundo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), exportamos em 2018 mais de 35,15 milhões de sacas café.
Com uma extensão de mais de 2,256 milhões de hectares (mais de 3 milhões de campo de futebol!), o cultivo do café deve ter cuidados para não impactar negativamente o meio ambiente, o que, inclusive, atrapalharia a própria produção.
Desse aspecto, Bruno Giestas sabe muito bem, e nos contou as principais ações sustentáveis executadas pela Realcafé, indústria de café situada no Espírito Santo, um dos Estados referência no grão.
Bruno, que tal começar nos contando um pouco sobre a sua atuação na Realcafé?
Bem, cuido de quatro frentes: a exportação, que é o principal business da Realcafé, exportamos cerca de 75% do que é produzido; tem também a operação do café solúvel como prestação de serviço para outras marcas; a operação do café torrado e moído na linha cafuso, que é o mais consumido pelos brasileiros, tanto o tradicional como o extra-forte; e, por último, temos uma linha de café especiais, que se chama Café Reserva.
Vocês realizam ações de impacto social?
O café especial é auditado para que se tenha a certeza de que os produtores, dos quais a maioria é da agricultura familiar, utilizem processos sustentáveis. Então, essa linha tem um ingrediente especial não só na compra, como no estilo do processo para sua obtenção e em toda a cadeia que ela está inserida.
A cada dois anos promovemos um concurso de qualidade com os cafés da montanha do Espírito Santo, onde temos uma avaliação sensorial e uma auditoria de sustentabilidade de todos os produtos envolvidos na linha. Então, escolhemos os 30 melhores de acordo com os critérios estabelecidos e remuneramos, da última à primeira posição, de forma crescente, além de comprar todo o café que eles disponibilizaram para o concurso.
Vocês atuam através da conscientização ambiental?
Um dos nossos trabalhos é conscientizar de uma maneira que os produtores entendam como equilibrar a economia com o meio ambiente.
No concurso, onde é auditada a sustentabilidade dos produtores participantes, analisamos se o produtor trata a água utilizada, verificamos o tipo de adubo e fertilizante e as boas práticas de cultivo. Passamos a analisar esses aspectos há 6 anos, e o incrível é que o produtor começa a prestar mais atenção aos detalhes.
Para trabalhar a sustentabilidade, pensando que temos a colaboração de vários produtores, primeiro foi importante mostrar para eles o que eles ganham em retorno.
Ter uma área de reserva florestal, por exemplo, é fundamental porque auxilia no combate de pragas. Se os produtores não entendem isso, acabam ficando preocupados somente com o custo, e para evitarmos esse cenário oferecemos uma compensação desses aspectos.
Então a ideia de implantar esse aspecto da sustentabilidade vai além da conscientização e também se reverte em retorno financeiro para os produtores através dos concursos.
O que a Realcafé faz em relação à sustentabilidade?
Fazia muito tempo que estávamos procurando uma solução para a logística reversa e foi aí que ficamos sabendo da plataforma da eureciclo.
Havia a dificuldade de fazer isso de maneira sustentável financeiramente para conseguir cumprir a logística reversa sem quebrar a empresa. Então, a eureciclo se encaixou perfeitamente na nossa demanda. Sem falar no valor da comunicação com o selo, tanto que já colocamos em todas as embalagens.
Além da logística reversa, garantimos que na produção todo o processo tenha filtros, isso assegura a menor emissão possível de CO2.
Também cuidamos de todos os resíduos sólidos, a poeira do café, o lodo que fica no fundo das piscinas de café e fazemos o tratamento da água de todos os processos.
Um outro projeto bem legal foi a construção de uma usina de adubo aqui no presídio da Prefeitura de Viana. Quem trabalha na usina são presidiários e a prefeitura distribui esse adubo gratuitamente para os produtores locais.
Acaba sendo uma simbiose muito benéfica para ambos os lados. E é em todos esses sentidos que acontece o retorno da sustentabilidade para nós.
Além disso, temos 40 mil m2 de mata atlântica. Tudo isso é consequência da nossa preocupação com o meio ambiente, a empresa é familiar e isso sempre esteve muito presente na família e foi passando de geração em geração.
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