Como valorizar a cadeia de reciclagem no Brasil pode ajudar minha empresa?

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Ter consciência do impacto da cadeia de reciclagem para o ambiente e a economia pode ser uma excelente forma de traçar estratégias que beneficiem não apenas seu negócio, como também sua jornada no planeta.

Quando falamos de reciclagem no Brasil nos deparamos com um quadro de vulnerabilidade social, desarticulação dos órgão reguladores e desinformação da sociedade, a respeito do processo e das implicações que isso gera a curto e longo prazo.

Entender como funciona a cadeia de reciclagem e quais as possíveis valorizações de cada etapa ou serviço ambiental prestado, nos oferece um panorama da realidade e nos permite visualizar as oportunidades de intervenções positivas nesse sistema.

Quais os atores da cadeia de reciclagem no Brasil?

Quando entramos em uma cooperativa, conhecemos um mundo à parte, composto de vidas marginalizadas que cuidam dos nossos resíduos, se preocupam uns com os outros e chegam a desenvolver técnicas próprias para diferenciação de materiais (pela luz, pelo barulho).

São os heróis da reciclagem que fazem acontecer. No entanto, ao tratarmos da cadeia de reciclagem como um todo, são diversos os atores que fazem parte, como podemos ver abaixo:

  • o município, através de caminhões de coleta seletiva realizada de porta em porta;
  • os catadores/cooperados, que realizam a coleta e direcionam os resíduos para as cooperativas ou vendem para intermediários;
  • os intermediários, empresas que compram material dos catadores/cooperativas e vendem para os recicladores finais;
  • e as cooperativas que recebem doações de materiais da coleta seletiva municipal ou realizam coleta com caminhões próprios, fazendo a triagem e a destinação para o reciclador final

Qual a dinâmica da cadeia de reciclagem no Brasil?

A cadeia de reciclagem normalmente é composta por quatro etapas. Seguir as dicas para o cumprimento delas é um dos passos para valorizar a reciclagem no Brasil e para tornar sua empresa mais sustentável. Confira:

  • Descarte: Temos diversos tipos de descarte. Vamos separar em dois grandes grupos para facilitar a contextualização: o das empresas e o dos consumidores. No primeiro citado, podemos verificar uma legislação muito rígida através da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Nesse sentido, o descarte de resíduos contaminantes e poluentes, se dá por empresas especializadas que possuem o CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental) no Estado de São Paulo, ou autorização ambiental para movimentação de resíduos, a qual cada estado define um nome para a mesma.

Já o descarte de embalagens e resíduos não contaminantes pode ser realizado seguindo as dicas para o descarte correto, com um diferencial que a coleta deve ser combinada com a cooperativa ou prefeitura antecipadamente.

É no descarte adequado dos resíduos que conseguimos uma eficiência maior no final da cadeia de reciclagem. Isso porque separar e dispor dos resíduos da forma correta diminui a chance de acidentes dos catadores e cooperados, poupa o tempo de triagem e pode impedir a contaminação de outros resíduos que estariam aptos à reciclagem.

  • Coleta: A coleta é de responsabilidade municipal ou dos grandes geradores de resíduos. A depender da quantidade gerada (+200L ou +50kg), a responsabilidade do descarte pode passar a ser da empresa.

As cooperativas cuidam não apenas da grande parte dos resíduos que são coletados e triados no Brasil, como também da condição de vida de milhares de cooperados. Isso porque oferecem: comunidade de apoio, atividades recreativas, cursos profissionalizantes, atividades físicas, remuneração pelas atividades exercidas e etc.

Isto é, buscam garantir direitos mínimos à vida dos cooperados. E infelizmente são poucas as ações e incentivos financeiros nesta etapa da cadeia de reciclagem por parte dos órgãos públicos ou privados.

  • Triagem: Realizado em grande parte, até o momento, pelas cooperativas, nesta etapa há a separação de todos os tipos de materiais (plástico, vidro, metal e papel) entre recicláveis e não recicláveis, por parte dos cooperados.
    Por isso a importância do descarte correto, já que no final, são pessoas suscetíveis a acidentes com objetos cortantes, contaminados e etc, que realizam a separação manualmente.
  • Reciclagem/valorização: Nesta etapa, as cooperativas direcionam o material devidamente triado para empresas finais de reciclagem. Ocorre então a venda do material para o reciclador final. É somente neste ponto do processo que a maioria das cooperativas são remuneradas.

Você pode conferir de forma mais detalhada o funcionamento do mercado de reciclagem no Brasil neste blogpost.

Dicas de valorização dos serviços ambientais prestados

  • Optar por empresas de reciclagem/compensação ambiental que realizem o pagamento diretamente às cooperativas que oferecem a rastreabilidade de resíduos necessárias para uma destinação final adequada.
  • Remunerar as cooperativas pela triagem realizada é uma forma de auxiliar o desenvolvimento dos mesmos e garantir o sustento e melhoria de vida de milhares de cooperados. É o que nós, selo eureciclo e empresas parceiras, realizamos ao remunerar a compensação ambiental das embalagens através de cooperativas homologadas.
  • Investir em soluções de coleta ou de reciclagem/ logística reversa que utilizem as cooperativas diretamente é tornar sua empresa mais responsável social e ambientalmente.

Como essas ações valorizam minha empresa?

Quando buscamos compreender as necessidades dos consumidores, percebemos uma crescente preocupação no que tange o meio ambiente e a sociedade. Por isso, se adequar ao padrão de consumo consciente é se adequar a um mercado crescente no Brasil. Um caminho é apostar em ações de responsabilidade socio-ambiental e mostrar aos consumidores.

Exemplo disso é a nossa parceria com a Pop Vegan. Além de compensar ambientalmente todas as embalagens através do selo eureciclo, eles fazem o pagamento pelo serviço de coleta de resíduos que sobram da fabricação de seus produtos.

Este é o caminho para a valorização dos heróis da reciclagem e para as empresas conscientes que optam por ações de fomento e remuneração direta a eles, oferecendo o protagonismo que necessitam para crescer e mudar de fato a realidade em que vivem.

Veja também: Heróis da Reciclagem – Tião dos Santos

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