O Ministério do Meio Ambiente define que “a logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição […] “, calma! Esse tanto de palavras sofisticadas não são tudo isso que você imagina! Aqui vamos explicar o que é a logística reversa na prática, sem sofisticações linguísticas. 😉
Como funciona a logística reversa?
Para que você possa comprar e consumir um produto, existe toda uma cadeia logística que extrai matéria prima, leva até a indústria, transforma tudo em um produto e o leva até o comércio, onde você pode comprá-lo. Depois de comprá-lo e consumi-lo, muitas vezes, resta algo. Este “algo” é chamado de resíduo e é uma coisa que não tem nenhuma utilidade para você. Mas nas mãos da pessoa certa isso pode ter muito valor.
O papel da logística reversa é garantir que este resíduo chegue em seu destino, ou seja, nas mãos dessa pessoa certa. Assim, ele poderá ser valorizado novamente e continuar sendo útil para alguém. Um outro papel da logística reversa é, muitas vezes, garantir que o resíduo seja destruído de maneira que não prejudique o meio ambiente.
Quem participa no processo de logística reversa?
O resíduo está em suas mãos ou na sua casa. Então cabe a você dar o primeiro passo: o descarte correto. Se você fizer a sua parte, basta que o resto da cadeia funcione para que o resíduo chegue em seu destino. Para você que ainda não sabia, por lei, é responsabilidade das empresas informar bem seus consumidores sobre como deve ser feito o descarte.
Depois que o descarte for feito, é preciso levar o material para as mãos da pessoa certa, para poder ser valorizado. Para alguns materiais só é necessário mais um ator, mas, muitas vezes, existe toda uma cadeia por trás deste processo. O transporte do resíduo do ponto de descarte até o primeiro elo da valorização costuma ser o grande gargalo da logística reversa no Brasil. Vale lembrar que o custo de transporte no país é alto demais para valer a pena o transporte de um material de baixo valor (R$/m³) por longas distâncias. Falaremos mais sobre isso daqui a pouco.
Portanto, os atores da logística reversa são: consumidor, transportador e valorizador. Eles são os que efetivamente colocam as mãos no resíduo. Mas o resíduo só existe por causa de uma cadeia, formada por empresas que fabricam e comercializam produtos em geral.
Por que é tão difícil?
Como foi dito, o valor do transporte no Brasil é bem alto. Então, caso o valor do material seja maior do que esse custo de transporte, este resíduo chega em sua cadeia de valorização onde será transformado e reinserido na economia de alguma forma. Geralmente ele volta na forma de matéria prima para algum produto e, algumas vezes, como energia. Mas quando o resíduo não tem um valor considerado bom no seu estágio inicial, fica muito difícil depender somente das forças de mercado para fazer a logística reversa ocorrer, porque geralmente não compensa financeiramente.
Quando o interesse do produtor na logística reversa é grande, ele pode subsidiar a cadeia de logística reversa e garantir que ela ocorra. Este é o caso de muitos resíduos que têm uma forte regulamentação e fiscalização com relação à logística reversa, geralmente por causa do seu grande risco de danos no meio ambiente quando descartado de forma incorreta. Pneus, pilhas, baterias e embalagens de agrotóxicos são bons exemplos, nos quais a cadeia produtiva investe para garantir que a logística reversa ocorra.
Se não conectarmos eficientemente estas duas cadeias – produtora e de reciclagem – dependeremos do valor de mercado do resíduo para garantir sua logística reversa. E, assim, teremos a realidade em que vivemos, onde poucos materiais têm uma taxa de reciclagem aceitável. A regulamentação por parte do governo tem sido a maneira encontrada para conectar a cadeia produtora e a cadeia de logística reversa.
A importância da logística reversa
Sem a logística reversa, não é possível fazer uma gestão de resíduos eficaz para a grande maioria dos produtos. E, neste caso, quem sofre somos todos nós: nosso planeta não tem recursos infinitos e não tem espaço para tanto resíduo que é gerado. Ou seja, aterros e negligência não vão ser a solução para tudo o que estamos produzindo e consumindo.
No pior dos casos, os resíduos vão acabar contaminando o meio ambiente e nós vamos sofrer as consequências. A natureza não consegue lidar com a nossa velocidade de produção e consumo.
E se isso não for o suficiente para você perceber a importância da logística reversa, temos a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e diversas outras leis que responsabilizam as empresas pela logística reversa de seus resíduos pós-consumo. Além disso, os consumidores estão cada vez mais engajados e não só exigem, mas também valorizam empresas que são responsáveis com o meio ambiente.
Como minha empresa pode se envolver?
Nos olhos das empresas, a logística reversa é um custo. Mas pode ser um investimento se executada da maneira correta. Os benefícios são vários: segurança jurídica que evita multas e custos com advogados, responsabilidade corporativa, que traz engajamento de colaboradores e reputação, e também marketing positivo, que traz mais consumidores.
A sua empresa pode ter projetos próprios, como pontos de entrega voluntária, programas de recolhimento de resíduos em lojas próprias, programas de conscientização ambiental para consumidores, projetos de apoio à cadeia de reciclagem e um dos modelos mais interessantes é a inovação de modelo de negócio.
Como inovação, existem empresas que estão parando de vender produtos e começam a vender serviços e assim tem todo o interesse de fazer uma logística reversa eficiente. Também existem empresas que investem para encontrar maneiras de reaproveitar os resíduos dos seus consumidores em seu próprio processo produtivo, criando o que chamamos de economia circular.
Outra opção bem prática para as empresas é participar de sistemas de logística reversa coletivos, onde simplesmente precisam aderir a um programa já existente e fazer o investimento necessário. Estes programas costumam ter ganhos de economia de escala e, por isso, tendem a ter um custo menor quando comparados a projetos individuais. Então caso você não tenha condições ou interesse em ter seu próprio projeto, esta é uma ótima opção.
Cada vez mais, a logística reversa deixa de ser uma opção e se torna uma necessidade para uma economia sustentável. Para conhecer mais sobre sistemas coletivos de logística reversa de embalagens, entre em contato com o Selo eureciclo.
Quero saber como participar de um sistema coletivo de logística reversa